Segunda-feira, 16 de setembro de 2024
Agronegócio procura por profissionais qualificados para preencher vagas URGENTE
Desde 2021 existe 178 mil vagas digitais no agronegócio, das quais apenas um terço foram preenchidas até então.
Publicado em: 07/07/2024 às 11h00A rápida transformação gerencial e digital do agronegócio brasileiro tem invertido a lógica dos processos seletivos, em que normalmente são os candidatos que correm atrás das vagas. “A gente tem banco de dados, tem relacionamento, mas hoje os processos requerem a caça, a busca proativa do profissional.
Há claramente um desnível entre oferta de vaga no mercado e profissionais mais qualificados para as vagas tecnológicas, que juntam o agro e o tech”, relata Gláucia Telles Benvegnú, diretora de relacionamento da Hunter4Agro, consultoria de recrutamento e seleção com sede em Barueri (SP) e atuação por todo o país.
A acentuada escassez de profissionais foi prevista em estudo de 2021 do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em parceria com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (Giz) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A projeção apontava uma demanda de 178 mil vagas digitais no setor do agronegócio em curto prazo (dois anos), das quais apenas um terço seriam preenchidas. Ou seja faltam ainda por volta de 106.800 profissionais.
Este descompasso entre oferta e demanda de mão-de-obra acaba se refletindo na valorização de quem tem o perfil procurado pelo mercado, mesmo já estando com carteira assinada: “São profissionais que em geral já estão trabalhando, não olham anúncios, não entram em plataformas para se cadastrar, nem mandam currículo. Nós temos que ir atrás deles”, afirma Benvegnú.
Em Mato Grosso, desemprego é de menos de 4%
Faltam trabalhadores qualificados nas regiões com economia mais aquecida pelo agronegócio, como o Centro-Oeste brasileiro, onde os níveis de desemprego já são mais baixos que a média brasileira. Em Mato Grosso, por exemplo, o desemprego no primeiro trimestre de 2024 foi de 3,7%, contra 7,4% em São Paulo, 10,3% no Rio de Janeiro, 12,4% em Pernambuco e 14% na Bahia.
Dentre as funções mais procuradas pelas cadeias do agro, estão as de analistas de inteligência de mercado; coordenadores e gerentes administrativos; especialistas na parte técnico-comercial de vendas e em Tecnologia da Informação. Contudo, mesmo no setor operacional, têm havido dificuldade crescente para encontrar safristas, que são os trabalhadores rurais contratados temporariamente para funções específicas, como plantio, colheita e vacinação de animais.