Sexta-feira, 29 de março de 2024

Prefeita eleita em Bauru (SP) é de Dourados (MS)

"Criada no bairro Água Boa", prefeita eleita em SP diz querer mais mulheres na política

Publicado em: 30/11/2020 às 18h47


“É uma honra e uma grande responsabilidade que vou buscar cumprir com excelência”, diz Suéllen Rosim (Patriota), sobre ser a primeira mulher eleita para comandar o Executivo de Bauru-SP. Em entrevista á imprensa, na tarde de segunda-feira (30.11), a douradense, jornalista, de 32 anos, diz que encara o novo desafio “ciente da responsabilidade que vem pela frente” e com o olhar preocupado com o cenário geral do município paulista, mas também voltado para as necessidades mais básicas.

Nascida em Dourados (MS), onde residiu até aos 12 anos, Suéllen diz que costuma visitar a cidade por conta de parentes e afirma ter “orgulho” de suas raízes. A imprensa, ela contou que estudou na Escola Estadual Antonia da Silveira Capilé e citou lembranças da infância.

“As lembranças são muito conectadas com minha avó que é de Dourados, por parte da família do meu pai. Também tenho tios, tias, primos que ainda moram na cidade e mantenho muito contato, sempre que posso vou visitá-los. Passei minha infância no Jardim Água Boa, onde fui criada até os 12 anos e casa de avó, é uma delícia, são lembranças muito boas, tenho orgulho de ter nascido em Dourados e de ter minha família aí. Estudei no Capilé, participei de eventos no Parque dos Ipês, coisas muito frescas na minha memória”, disse ao contar que sua mais recente passagem pela cidade foi no início do ano e que fica feliz pelas pessoas da cidade que torcem por ela nessa nova jornada.

A jovem levou a eleição no interior paulista, no domingo (29.11), no segundo turno, quando venceu o democrata Dr. Raul, que obteve 44,2% dos votos válidos (70.558), enquanto Suéllen obteve 55,98% dos votos válidos (89.725).

Com ingresso recente na política, em 2018, quando foi suplente de deputado estadual, a prefeita eleita conta que foi a profissão que escolheu por formação e campo de trabalho e que atuou por anos, o jornalismo, que a levou a se colocar na política.

“Fui repórter da TV Tem afiliada da Rede Globo Bauru, me formei em jornalismo em Araçatuba-SP e essa coisa da reportagem na rua, as notícias relacionadas ao anseio da comunidade, vejo que a profissão me aproximou muito desta realidade e a forma que eu encontrei de ir além da reportagem é a política, pois é uma grande ferramenta se utilizada com sabedoria, tem o poder de modificar o cenário”, destacou.

Após sua curta atuação como suplente de deputado estadual, a decisão foi de formar chapa pura e buscar o Executivo de Bauru (SP). “Graças a Deus conseguimos alcançar o êxito, fazer a população entender o nosso projeto”, diz.

Questionada sobre enfrentar preconceito no cenário político por ser mulher, Suéllen diz que nota sua capacidade sendo colocada a “prova” por vezes, mas que se sentiu confiante em enfrentar a jornada ao se espelhar em veteranas que abriram esse caminho e, que pretende também ser uma política que abra portas para a classe feminina.

“Tem o fato de ter que provar duas vezes que você é capaz de exercer aquela função. A gente tá falando de ser prefeita da maior cidade do centro-oeste paulista, então o preconceito se nota no “será que ela vai conseguir dar conta do recado?” Normalmente se é um homem na mesma posição, essa pergunta nunca é feita. Mas eu acho que isso está melhorando, eu falo que sou a prova viva e que eu abri a porta e deixei aberta para que outras mulheres possam entrar também, até pelo fato de que eu vi muitas portas se abrindo ao longo desses últimos anos na política para as mulheres e me vi confortável de entrar também”, afirmou.

Sobre os principais desafios que enfrentará no início do seu mandato em 2021, a prefeita eleita é enfática ao falar que terá que driblar a crise econômica ampliada pela pandemia do coronavírus, encaminhar a garantia de direitos básicos aos cidadãos e trabalhar em obras inacabadas em Bauru.

“O mundo tem um grande desafio econômico de se recuperar pós covid e vai ter muito trabalho para pouco dinheiro. Teremos que “fazer muito com pouco” e levar serviços básicos, garantir saúde e educação. Temos problemas pontuais de falta de água, estação de tratamento de esgoto pra terminar, obras para dar continuidade e são esses e vários outros pontos que vamos ter que ir administrando em meio de uma economia bastante abalada”, enfatizou.