Ministro Marinho recomenda comer chicória enquanto brasileiro espera picanha
Ministro recomenda chicória enquanto brasileiro espera a picanha
Publicado em: 03/11/2024 às 07h18Foi em uma fala infeliz sobre controle da inflação que o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, resolveu quase parafrasear a rainha francesa Maria Antonieta – aquela que mandou o povo comer brioches quando faltava pão - e sugerir aos brasileiros que, em vez de alface, comam chicória. É que o presidente Lula anda tendo dificuldade de fazer baixar o preço da carne e, com isso, as famílias ainda não estão conseguindo “voltar a comer picanha e tomar cerveja gelada”, conforme prometeu na campanha de 2022.
E como desgraça pouca é bobagem, a demora do governo em anunciar medidas para baixar as contas públicas também está ajudando o dólar a disparar. Será que a moeda norte-americana vai bater o recorde de 2020, quando chegou a R$ 5,90? Façam suas apostas! Esses são os temas do programa Em Baixa de sábado (02.11), comandado pelo comentarista Thiago Melo.
No lugar de alface ou picanha, chicória
Na última quarta (30.10), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, cobrou responsabilidade da imprensa e da sociedade ao citar o princípio da oferta e demanda e, para exemplificar sua visão, sugeriu a troca da alface por chicória. O ministro comentava sobre estratégias para controle da inflação.
“A regra da oferta e procura também regula preço. Se você tem mais oferta, você regula para baixo, se tem pouca oferta, coloca o preço pra cima. Então acho que isso é um processo para a sociedade, inclusive, refletir. Muitas vezes, a própria imprensa fala ‘olha, tal coisa tá cara’, substitui por outra. A alface tá cara? Substitui por chicória. Dando um exemplo, né?”, disse Luiz Marinho.
De acordo com ministro, a sugestão para troca do alimento não significa que o governo seja tolerante com a inflação. A fala foi criticada pela oposição, que relembrou a promessa de campanha de Lula de que, em seu governo, “as famílias voltariam a comer picanha e tomar cerveja gelada” nos churrascos de domingo.
Demora para corte de gastos impulsiona alta do dólar
A demora do governo brasileiro em anunciar novas medidas para controlar as contas públicas e a possibilidade de vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos está impulsionando a cotação do dólar, que vem subindo dia após dia, fechando na sexta-feira (01.11) a R$ 5,80.
Um dos gatilhos para a mais recente escalada da moeda americana foi dado na terça-feira (29), depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que ainda não há data para o anúncio de cortes de gastos. Haddad explicou que está em discussões com o presidente Lula e o Ministério do Planejamento sobre o assunto, mas a demora em adotar as medidas de ajuste fiscal estão desagradando o mercado e pressionando o câmbio.