Indiciado por CPI e denunciado por faltar serviço, médico bolsonarista é eleito para CFM com 56%
Publicado em: 08/08/2024 às 08h37O médico bolsonarista Mauro Luiz Britto Ribeiro foi eleito com 56,47% dos votos para o Conselho Federal de Medicina por Mato Grosso do Sul. Ex-presidente do órgão, ele foi indiciado pela CPI da Covid do Senado por ter dado aval a tratamento sem eficácia e foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por receber sem trabalhar na prefeitura da Capital por 28 meses.
Ribeiro foi eleito na onda “anti Lula” entre os médicos. Ele era o candidato da Chapa 2 – Defesa da Vida e Autonomia, com 2.963 votos (56,47%), seguido pela Chapa 3 – CFM com consciência ética, de Silvia Naomi de Oliveira Uehara, com 1.031 votos (19,55%), e pela Chapa 1 – CFM – Renovação e Transparência, do médico psiquiatra Juberty Antônio Souza.
Mauro Britto foi presidente do CFM e ficou famoso por dar aval ao então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Ele deu aval para o uso da cloroquina e hidroxicloroquina para tratar a doença causada pelo coronavírus, apesar de não ter nenhuma comprovação científica. Por causa disso, ele foi indiciado pela CPI do Senado pelo crime de epidemia com morte.
Ribeiro ainda foi alvo de ação do MPE por faltar ao serviço por 873 vezes na rede municipal de saúde. Para não atrapalhar a sua eleição para o CFM, a Secretaria Municipal de Saúde não seguiu a recomendação da sindicância que o condenou com a demissão e publicou exoneração a pedido.
O Tribunal de Contas da União também abriu investigação pelo pagamento de R$ 1 milhão em jetons, diárias e passagens áreas a Mauro Britto pelo CFM, que fechou com déficit de R$ 70 milhões. De acordo com o Uol na época, só com viagens a Dubai, ele teria torrado mais de R$ 100 mil em duas viagens.
O mandato de conselheiro é de cinco anos.