Aliados políticos do governo não descartam ministra Tereza Cristina vice de Jair Bolsonaro
Contudo, plano principal da ministra segue sendo candidatura ao Senado
Publicado em: 12/01/2022 às 07h44O futuro político da ministra da Agricultura (MAPA), Tereza Cristina, é algo que para alguns já está consolidado, mas para outros ainda segue em aberto e desperta a curiosidade: afinal, em que partido ela vai ficar? E em outubro, ela vai às urnas como candidata ao Senado em Mato Grosso do Sul ou vice-presidente da chapa encabeçada por Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição?
Seja qual for o caminho escolhido, todos são viáveis para a campo-grandense que fez carreira a partir de pautas ruralistas, tanto no Executivo como no Legislativo, contando com grupo fiel e que a segue independentemente do destino – ao menos é isso o que se traça para acontecer em 2022.
Com carreira pública destacada a partir do momento em que foi secretária estadual de Desenvolvimento Agrário, entre 2007 e 2014, durante a gestão de André Puccinelli (MDB), Tereza Cristina agora é um dos braços fortes do governo Bolsonaro, sendo importante elo com o setor produtivo, em que o bolsonarista encontra poderosa base eleitoral.
E daí é que surge sua força perante as urnas. Se nacionalmente é ventilado como possível indicada do próprio PL como candidata à vice-presidente, regionalmente ela deve seguir com o projeto montado já há algum tempo, que é de ser candidata a senadora.
“Ela é ruralista, do agronegócio, tem fortes aliados vereadores, deputados”, frisa um de seus aliados, o deputado estadual José Carlos Barbosa, o Barbosinha (DEM), ao ser questionado sobre a indicação da líder democrata como vice de Bolsonaro.
“Vamos aqui deixar bem claro: o presidente nunca conversou comigo sobre esse assunto”, respondeu Tereza, que é deputada federal licenciada, em entrevista recente ao Canal Rural. Ela foi questionada sobre a possibilidade de ser vice na chapa Presidencial em outubro.
Caso isso ocorra, o mais provável é que ela migre para o PL, que teria a indicado para a missão, segundo vem sendo noticiado pela imprensa nacional – a sigla, a mesma do presidente, é comandada por um velho conhecido do poder, Valdemar Costa Neto.
“PROJETO MS”
Contudo, ao que tudo indica, o projeto regional é o que deve prevalecer no fim das contas, e Tereza Cristina Correa da Costa se lançará mesmo ao Senado Federal – tendo como possíveis adversários Simone Tebet (MDB) e Odilon de Oliveira (PSD).
Aí, as possibilidades partidárias da ministra se ampliam. Forte dentro do DEM, seus aliados já deixaram claro a insatisfação com o “outro lado” na fusão ainda não homologada pela Justiça Eleitoral entre a sigla oriunda do antigo PFL e o PSL, o União Brasil.
Ela negocia a permanência na nova legenda diretamente com o presidente do PSL e futuro “chefe” da fusão, Luciano Bivar. Contudo, acompanhar Bolsonaro no PL ou mesmo ir para o PP, conforme revelam fontes ao Correio do Estado, são possibilidades reais.
“Só aguardo uma definição da ministra”, destaca Barbosinha sobre seu futuro e de aliados em Mato Grosso do Sul, reforçando que o grupo político dela vai assinar ficha de filiação à mesma sigla que ela escolher.
Ele ainda completa que a ministra ainda tem como plano A a candidatura ao Senado em outubro. Outro nome forte do DEM que aguarda definição de Tereza para decidir para qual partido vai na próxima janela é Zé Teixeira, também deputado estadual pelo DEM.
DESFALQUES
Conforme o apurado pela reportagem, ele também tem dito a amigos que deve seguir os passos da ministra, situação que indica um claro esvaziamento do União Brasil em Mato Grosso do Sul, como inicialmente se projetou – a saída do grupo de Tereza deve ser suprido com a chegada dos aliados da deputada federal Rose Modesto, atualmente no PSDB.
Com um pé em cada canoa, Tereza deve definir entre o fim do mês e início de fevereiro a legenda em que vai atuar. Ficando no União Brasil ou indo para PL ou PP, a ministra carrega consigo nomes importantes, além dos deputados já citados na matéria, como os secretários estaduais Jaime Verruck (Desenvolvimento Econômico e Produção) e Marco Santullo (Articulação Política).
Trocar de partido não deve ser um problema para Tereza Cristina. Após comandar a Seprotur na gestão emedebista de Puccinelli, ela se elegeu em 2014 deputada federal pela sigla socialista PSB.
Ali, ela seguiu até 2018, quando então rumou para o DEM – e com ela, por exemplo, foi também Barbosinha. Outro que no mesmo período trocou o PSB pelo DEM foi o atual vice-governador Murilo Zauith, que também fez parte do Executivo estadual no primeiro mandato de André Pucinelli.
É assim, diante de algumas incertezas e outras certezas que o caminho de Tereza para daqui nove meses vem se desenhando, mexendo com o jogo eleitoral de importantes partidos no Estado.