Deputados federais de Mato Grosso do Sul custaram R$ 15,8 milhões em Brasília(DF)
Maior parte dos custos vem da verba de gabinete; da cota parlamentar, Trutis (PSL) foi quem gastou mais
Publicado em: 05/01/2022 às 06h52Em 2021, os oito deputados federais de Mato Grosso do Sul foram responsáveis por uma despesa de R$ 15.882.950,46 aos cofres públicos. A maior (R$ 9,4 milhões) parte dos recursos foi utilizada da verba de gabinete, para pagar salários de assessores e funcionários.
Da cota parlamentar – verba extra para os deputados divulgarem seus mandatos, contratarem pesquisas e comprarem passagens aéreas e gasolinas, entre outras despesas –, os oito federais de Mato Grosso do Sul gastaram R$ 2,9 milhões, em que o deputado federal Loester Trutis (PSL) foi o campeão de gastos nesta modalidade, tendo utilizado R$ 466 mil para despesas como as citadas acima. O tucano Beto Pereira foi o segundo que mais gastou dinheiro nesta modalidade (R$ 436 mil).
Completam a lista, Luiz Ovando (PSL), com R$ 426,6 mil; Vander Loubet (PT), R$ 413 mil; Bia Cavassa (PSDB), R$ 339,1 mil; e Rose Modesto (PSDB), R$ 325,9 mil. Quem menos usou a cota parlamentar foi Fábio Trad (PSD). Neste quesito, os gastos dele foram de R$ 66,6 mil ao longo do ano.
Na lista apareceram o secretário de Saúde, Geraldo Resende (PSDB), R$ 0,26, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), R$ 1,73. Ela é titular da vaga ocupada hoje por Bia Cavassa, e ele é o segundo suplente.
Os valores, bem inferiores aos dos outros deputados, referem-se a períodos curtos em que eles ocuparam o gabinete. Quanto ao pagamento de salários, a folha dos oito deputados federais custou, no ano passado, R$ 3,51 milhões. Cada deputado federal ganha R$ 33.763,00 por mês.
Gabinetes
Apesar de a cota parlamentar ser a rubrica em que os gastos dos deputados federais são comparados, é na verba de gabinete em que praticamente todos usam quase todos os recursos disponíveis. Ao todo, os deputados federais de Mato Grosso do Sul empregam 215 pessoas, a um custo de R$ 9.469.526,51.
Nenhum dos oito deputados federais de Mato Grosso do Sul teve uma folha de pagamento inferior a R$ 1 milhão no ano passado. A diferença fica na quantidade de assessores empregados. Alguns optam por nomear mais gente e pagar um salário menor, outros, o contrário.
No quesito verba de gabinete, Beto Pereira foi o campeão. Conforme os dados contabilizados até ontem pela Câmara, em 2021, seus assessores custaram R$ 1.225.904,29 (99,79% do valor disponível) aos cofres da Câmara. Ao longo do ano, 29 pessoas trabalharam para Pereira.
Cada deputado tem R$ 111.675,59 por mês para pagar salários de até 25 secretários parlamentares, que trabalham para o mandato em Brasília ou nos estados. Eles são contratados diretamente pelos deputados, com salários de R$ 1.025,12 a R$ 15.698,32.
Encargos trabalhistas como 13º, férias e auxílio-alimentação dos secretários parlamentares não são cobertos pela verba de gabinete – são pagos com recursos da Câmara. O segundo deputado que mais usa a verba de gabinete é Fábio Trad, que usou R$ 1.224.955,98 (99,72%) para o salário de seus 22 assessores.
Vander Loubet (PT) gerou uma folha de pagamento a seus 33 assessores que representa 99,4% de sua cota parlamentar. Dagoberto (PDT) usou 99,1% da verba disponível para pagar 37 nomeados, enquanto Bia Cavassa, 98,37% dos recursos para 16 assessores.
Loester Trutis usou 97,64% de sua verba de gabinete para seus 23 assessores, Rose Modesto empregou 90,6% do valor disponível no salário de 36 pessoas, enquanto Luiz Ovando (PSL) gastou 85,02% da sua verba de gabinete para 19 assessores.
AUXÍLIO MORADIA
Entre os deputados federais de Mato Grosso do Sul, seis deles moram em apartamentos funcionais e, por isso, não fazem jus ao pagamento do auxílio-moradia. Dos dois que receberam o benefício no ano passado, Luiz Ovando (PSL) foi quem teve o maior repasse: R$ 44,7 mil para bancar seu aluguel e outras despesas com moradia.
Fábio Trad (PSD) chegou a receber R$ 397 do benefício e atualmente não usa apartamentos funcionais, tampouco tem o auxílio-moradia. Os deputados federais têm direito a receber um auxílio-moradia no valor de R$ 4.253,00 quando não ocupam um dos 432 apartamentos funcionais que a Câmara tem em Brasília.
O auxílio-moradia pode ser pago diretamente em dinheiro, com desconto do Imposto de Renda na fonte; ou por reembolso, mediante a apresentação de recibo de aluguel ou hotel. O reembolso é isento de Imposto de Renda.