Sem Bolsonaro, bancada do PSL tende a desaparecer em Mato Grosso do Sul
Políticos do Estado garantem que migrarão com o presidente para futura sigla nas eleições de 2022
Publicado em: 21/08/2021 às 09h53Com a saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do PSL, a legenda assistiu seus filiados optarem por novos rumos, e em Mato Grosso do Sul o cenário não será diferente.
Brigas internas estão entre as motivações que fortalecem a ideia de Loester Trutis, Luiz Ovando e Capitão Contar migrarem para outra sigla, ainda não definida, mas em consonância com a decisão de Bolsonaro.
Porta-voz do PSL no Estado, a senadora Soraya Thronicke deverá seguir carreira solo e apostar em novos nomes para compor a chapa do partido em 2022.
O naufrágio da sigla já estava confirmado com a saída de Bolsonaro em 2019, mas está sendo oficializado antes do período eleitoral, pois os escolhidos pelas eleições gerais de 2018 afirmam que vão se filiar ao partido que o presidente escolher.
A bancada do partido em Mato Grosso do Sul continuou forte até o começo de 2020, quando o primeiro a se despedir para seguir os rumos do presidente foi o deputado estadual Coronel David (sem partido). Na época, o parlamentar afirmou ser perseguido pelos dirigentes do partido, que já era comandado por Soraya Thronicke.
A situação ficou mais delicada com a briga entre Soraya e o deputado federal Loester Trutis, nas eleições passadas, quando ambos tentaram concorrer à Prefeitura de Campo Grande. Neste ano, apostando na reeleição, Trutis foi um dos primeiros a declarar que seguirá Jair Bolsonaro em 2022, além de parabenizar as ações do chefe do Executivo.
Em uma publicação no Facebook, Trutis disse que tem duas opções “tentar o governo por um partido cristão ou mais uma vez ir para a Câmara dos Deputados e ser a base do melhor presidente da história do País”, ressaltou. Com muitos rodeios, o deputado federal Luiz Ovando afirmou durante entrevista que seguiria o presidente. Porém, ressaltou que analisará o cenário estadual e a posição do PSL. A resposta foi enviada por meio de assessoria do deputado.
“A saída ainda não é certa, tudo vai depender de como o partido estiver em Mato Grosso do Sul. De qualquer jeito, não será possível, provavelmente, um só partido acomodar todos os bolsonaristas. Então, teremos que nos dividir para juntos dar continuidade aos trabalhos”, completou.
O deputado estadual Capitão Contar afirmou que não é mais um político “caroneiro” e que apoiará Bolsonaro independentemente da legenda partidária, na qual se filiará e fará base de apoio.
“Volto a falar que meu partido é o Brasil e eu sou fiel ao Bolsonaro. Não tem essa de ser político de carona, quero ver quem vai ser do apoio dele em 2022. Eu ainda não sei se venho para a reeleição ou me candidato ao cargo no governo do Estado, mas o meu compromisso será me filiar ao partido que o presidente entrar. São decisões que estão sendo tomadas para trazer uma campanha mais limpa em 2022” disse.
Dirigente do PSL
Procurada pela imprensa da capiltal, a senadora Soraya Thronicke respondeu por meio de assessoria que segue firme no partido em 2022.
“Não tem como ela sair, ela é presidente do PSL e vai continuar tocando o partido independente de quem saia. O Trutis e o Ovando afirmaram que iam deixar o PSL, mas ela está agindo diferente dos outros, apoia o presidente porém continuará no partido. Ainda é incerto o futuro para as próximas eleições”, pontuou. Questionada sobre as saídas, a senadora preferiu se isentar de dar opiniões.