Exercícios físicos diferenciados para todas as idades e também para a pós covid-19
Além dos treinos especiais para pessoas que lutam com as sequelas deixadas pela covid-19, Rodrigo fala da importância da atividade física para homens
Publicado em: 06/08/2021 às 06h16Rodrigo Sangion é um dos maiores empresários do mercado fitness de luxo do país. Ele é CEO da academia Les Cinq Gym e educador físico. Rodrigo lançou recentemente um protocolo de atividade física para pessoas que tiveram a covid-19 e sofrem com suas sequelas.
Esse protocolo foi criado em conjunto com a equipe técnica da academia, sob consultoria de Henry Dina, médico-assistente do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. Os programas de exercícios físicos são pautados nas sequelas que a doença deixou, partindo do princípio médico de que atividade física bem orientada é essencial na busca da plena recuperação.
O objetivo é recuperar, gradativamente, aqueles que, mesmo liberados para a prática de exercícios físicos, ainda apresentam consequências deixadas pela doença. Por exemplo: confusão mental, dor muscular, dormência ou formigamento em alguma parte do corpo, falta de ar, insônia e tontura (ainda que seja apenas quando se levanta).
“Investimos bastante em segurança durante a pandemia e também queremos proporcionar a melhor solução para aqueles que tiveram a infelicidade de contrair a doença e que ainda sofrem com sequelas”, diz Rodrigo Sangion.
“Como também sou profissional de educação física, com capacidade para atender pessoas com necessidades especiais, pedi para a minha equipe técnica pensar em um treino diferenciado, que pudesse beneficiar esse novo público. Afinal, nesse momento principalmente, o que mais importa é garantir uma melhor qualidade de vida para todos os alunos”.
No que diz respeito ao formigamento, por exemplo, protocolos médicos sugerem exercícios físicos em primeiro lugar, mas boa hidratação e suplementação a base de complexos vitamínicos, nessa ordem, como estratégia para reverter o quadro.
É preciso, no entanto, que os exercícios físicos sejam compatíveis a cada caso, para que sejam apenas benéficos, não produzindo efeito contrário. É necessário também que os professores observem a resposta dos alunos ao treinamento proposto. Segundo Guilherme Moscardi, coordenador técnico, os treinos são individualizados e específicos para cada quadro apresentado.
“Ao retornar à academia, o aluno preenche um formulário em que responde se teve covid-19. Se a resposta for positiva, ele deve assinalar quais sequelas a doença deixou. A partir desses dados, será elaborado o treino, que leva em conta as restrições e recomendações relacionadas às sequelas apresentadas”, diz Moscardi.
Para que o atendimento seja o melhor possível, o médico Henry Dina, consultor do programa, estará em permanente contato com a equipe técnica, via telemedicina, discutindo cada um dos casos. Abaixo, alguns pontos que servirão de base para a elaboração dos treinos.
Confusão mental
O que não fazer: exercícios físicos ou modalidades que exijam grande estabilidade ou deslocamento. Por exemplo: lutas em geral, aulas de dança, circuitos de treinamento e avanço (exercício para pernas e glúteos, muito comum na musculação).
O que pode ser feito: musculação (com algumas exceções de exercícios, como o mencionado acima) e atividades cardiorrespiratórias moderadas. É permitido fazer aulas de bike indoor e andar na esteira, desde que as mãos estejam apoiadas.
Dor muscular, dormência ou formigamento
O que não fazer: musculação com cargas elevadas, visando o aumento da massa muscular ou qualquer outra atividade física de alta intensidade, como lutas, ou que pedem saltos.
O que pode ser feito: musculação com cargas baixas ou moderadas, alongamento, atividades cardiorrespiratórias sem sobrecarga (inclusive aulas de bike indoor, desde que não haja muita resistência nos pedais) ou que desafiam a mobilidade como circuitos de treinamento (também com cargas leves ou moderadas).
Falta de ar
O que não fazer: atividades físicas que elevam a frequência cardíaca acima de 70% da capacidade máxima de esforço. É proibido, por exemplo, qualquer treino pautado no treinamento intervalado de alta intensidade, conhecido como HIIT. O que pode ser feito: atividades físicas moderadas (que não elevem a frequência cardíaca acima de 70% da capacidade máxima de esforço).
Insônia
O que não fazer: atividades físicas intensas e de longa duração (mais de uma hora de corrida, por exemplo), principalmente se executadas próximo ao sono (menos de duas horas antes de dormir). O que pode ser feito: exercícios físicos que ajudam a relaxar, como ioga ou mesmo corrida de baixa intensidade, por cerca de meia hora, por exemplo.
Tontura de um modo geral ou ao se levantar
O que não fazer: qualquer atividade ou exercício físico deitado ou no solo. Na musculação ou fora dela, como ioga e abdominais. Também não é recomendado exercícios que exijam deslocamento, como corrida ou bike convencional.
O que pode ser feito: atividades ou exercícios físicos na posição vertical (em pé) ou sentados, que não sejam de alta intensidade ou em deslocamento. Exemplo: bike indoor.