Uso de máscara e álcool em gel serão legados para os próximos anos, diz infectologista
Especialista explica que medidas de higiene e proteção contra infecções devem continuar após a vacinação e o controle da pandemia
Publicado em: 23/06/2021 às 06h22Mesmo com o avanço da vacinação, a infectologista Rafaeli Melo, destaca que o uso de máscaras e o hábito de lavar as mãos devem permanecer nos próximos anos, mesmo com o fim da pandemia do coronavírus.
“A máscara é a medida mais eficaz após o isolamento e talvez seja um legado que vai ficar para os próximos anos. Ainda é muito cedo para se discutir o futuro, temos a alta circulação viral, sendo fundamental o uso constante de máscaras, que tem evidências comprovadas de redução do risco de transmissão e de se contaminar”, apontou o infectologista.
A infectologista destaca que a máscara é essencial não apenas para proteger do vírus, mas também para proteger todos ao seu redor, impedindo que partículas contaminadas atinjam outras pessoas, objetos e mais.
“Mesmo as pessoas que já pegaram a Covid-19 e até quem já se vacinou ainda se faz necessário, as máscaras funcionam como uma barreira física, ainda não temos uma porcentagem de vacinação que impeça esse ciclo de transmissão e nenhuma vacina tem 100% de eficácia. O cuidado deve ser constante", destacou.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que uma das maiores taxas de mortalidade do mundo está ligada à ocorrência de infecções. Rafaeli reitera que especialmente no período de inverno, quando há maior circulação de vírus respiratórios.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz, a chegada do inverno é motivo de preocupação no que refere-se à taxa de transmissão do coronavírus. Os pesquisadores alertam que, com a entrada do inverno, há possibilidade de agravamento da pandemia no país.
“Com o inverno aumentam os casos de doenças respiratórias, como sinusite, gripes e pneumonias e com a pandemia temos outras doenças para lidar ao mesmo tempo, é um momento delicado que exige ainda mais atenção e cuidado”, apontou a especialista.
Até esta quarta-feira (23), Mato Grosso do Sul já confirmou 7.864 óbitos e 325.505 casos em decorrência da doença desde o início da pandemia, sendo 1.205 confirmações e 38 mortes registradas nas últimas 24 horas.
Atualmente, alguns países tiraram a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção. Em alguns deles, o item continua sendo necessário em ambientes fechados, Rafaeli destaca que a medida pode ser precipitada.
“Hoje temos alguns países em que o uso de máscaras não é mais obrigatório para pessoas vacinadas, porém, elas ainda podem transmitir e ainda carregar o vírus. Ainda é muito recente toda essa situação. Mesmo com o avanço na vacinação, a transmissão de pessoas assintomáticas é alta, e ainda há novas variantes circulando”, explicou.