Sexta-feira, 29 de março de 2024
UFMS mantém resultados de vestibular e garante idoneidade
Professores denunciaram caso ao Ministério Público Federal em Campo Grande
Publicado em: 24/01/2020 às 06h58Mesmo com as reclamações de pais, professores e alunos quanto a diversas reclamações sobre as provas do Vestibular e do Programa de Avaliação Seriada (Passe) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a instituição vai manter o resultado final. Um grupo de professores procurou o Ministério Público Federal (MPF) para pedir providências.
Em nota a imprensa, a universidade garantiu que o processo foi legal. “A UFMS assegura a idoneidade e a legalidade de todo o processo, reafirmando a confiança e a credibilidade da Fapec [Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura], que conduziu o sistema com lisura e transparência desde o início”, diz o texto.
Ainda conforme a instituição, todos os recursos apresentados foram analisados, mas não esclareceu os motivos que levaram a aceitar ou negar as demandas. “A partir dos recursos recebidos, as correções foram feitas e amplamente divulgadas. Foram anuladas 5 questões da prova do Vestibular e 21 das três etapas do PASSE. Nenhum dos casos de anulação foi por plágio, mas para não prejudicar o entendimento correto do que estava sendo solicitado”, prossegue a UFMS na nota.
Todas as alterações possíveis foram feitas após a divulgação do resultado preliminar. Com a homologação do resultado final, não há mais possibilidade de mudança, segundo a universidade. Assim, estão mantidas as datas de convocação dos aprovados, na próxima segunda-feira (27.01), e o período de matrículas, que vai de 29 de janeiro até 4 de fevereiro.
POLÊMICA
Um grupo de professores foi ao MPF denunciar as falhas dos dois processos ao MPF, como noticiou a imprensa na quinta-feira (23.01). Questões foram anuladas após candidatos entrarem com recurso. Isso levou a professora de Biologia Milena Costa Basso a procurar a Fapec, entidade ligada à UFMS que elabora provas de vestibular e de concursos, para questionar os motivos. “O que me disseram foi que alunos de outras regiões reclamaram por acreditar que duas perguntas foram repetidas de outros exames”, detalhou. Por outro lado, uma questão de Matemática foi mantida apesar de serem apontados erros.
Candidatos foram surpreendidos ainda ao verem que tiveram a redação zerada. Após recurso, todos receberam nota 600. “Parece que padronizaram a nota”, afirmou Milena. Com tantas alterações, pelo menos seis estudantes perderam a vaga na universidade, nos cálculos da professora e de outros docentes.
A correção das provas do Passe também foram alvos de questionamento. O programa leva em conta a nota do estudante no 1º, 2º e 3º ano do ensino médio, calculando uma média no último ano e garantindo uma vaga conforme a nota. Porém, alguns candidatos tiveram pontuações incomuns após a Fapec não usar o último número para calcular a média.
“Alguns alunos perceberam e outros não. A Fapec não alertou e a classificação acabou mudando”, explica Milena. Uma aluna perdeu a vaga após as revisões acolhidas pela fundação.