Quinta-feira, 28 de março de 2024

Tendência para os próximos anos, 5G reaquece vendas de smartphones

Levantamento da consultoria IDC mostra que a demanda mundial cresceu 8,1% no terceiro trimestre, puxada pelos últimos lançamentos

Publicado em: 28/11/2019 às 06h59


Câmeras compactas e potentes, lentes com alta capacidade de ajuste de ângulo e luz, tecnologia 5G e aumento da concorrência entre as principais fabricantes globais. Essas foram algumas das razões que levaram ao reaquecimento das vendas de smartphones em todo o mundo, no terceiro trimestre deste ano.


Segundo levantamento da consultoria International Data Corporation, mais conhecida como IDC, o mercado global de smartphones apresentou melhoras depois de sete trimestres consecutivos de vendas fracas. De acordo com o relatório da consultoria, entre julho e setembro, as vendas de smartphones avançaram 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado, e 8,1% na comparação com o trimestre anterior.


“Embora existam muitos desafios nos principais mercados internacionais, algumas empresas estão se destacando. A Huawei, por exemplo, dobrou sua participação no mercado chinês neste terceiro trimestre”, afirma Melissa Chau, executiva de pesquisas do IDC. Por outro lado, a guerra declarada pelos Estados Unidos à chinesa Huawei abriu espaço para outras marcas avançarem. “A Samsung se beneficiou mais internacionalmente dos problemas da Huawei, aumentando a linha A de smartphones mais acessíveis, enquanto, na China, os outros concorrentes domésticos sentiram o crescimento da Huawei”, completa a especialista.


Entre as gigantes da tecnologia, a Samsung e a Oppo – marca de origem chinesa que não existe no Brasil – apresentam bom crescimento, mas o grande destaque do trimestre foi a Huawei, que saiu de 52 milhões de unidades vendidas em 2018, para 66,6 milhões em 2019, salto de 28,2% no crescimento das vendas. A Apple apresenta leve queda, de 0,6%, enquanto a Xiaomi foi a empresa do top 5 que mais caiu neste último semestre, com encolhimento de 3,3% das vendas.


Segundo o IDC, o levantamento mostra que o mercado está ligeiramente aquecido. No entanto, a confirmação do cenário de alta só poderá ser atestado após Black Friday, Natal e ano-novo, datas mais fortes do ano para a venda de smartphones, ao lado do Dia das Mães.


Empresa Coreana em queda


Na contramão do crescimento global está a coreana LG. De acordo com o balanço da companhia, no terceiro trimestre, o segmento de smartphones caiu 24,5%, um dos piores resultados dos últimos anos. Em seu relatório ao mercado, a empresa atribuiu a retração a um mercado global competitivo e saturado. O total acumulado em vendas foi de US$ 1,27 bilhão.


Enquanto isso, todos os demais segmentos foram bem. Entre julho e setembro deste ano, a fabricante teve faturamento total de US$ 13,15 bilhões e lucro operacional de US$ 654,4 milhões. As vendas cresceram 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a entrada de dinheiro cresceu 4,4%, com praticamente todos os setores da companhia performando no azul.


Apple Americana quer a liderança


Embora, atualmente, não tenha aparelho com 5G, a Apple almeja a liderança do segmento já no ano que vem. De acordo com a Strategy Analytics, consultoria especializada no mercado de tecnologia móvel, a empresa da maçã está preparada para assumir o topo do mercado, com o lançamento de iPhones que funcionarão como modens 5G.


Para Ken Hyers, diretor da Strategy Analytics, a empresa tem tudo para assumir a primeira colocação, já que todos os aparelhos 5G, por enquanto, são caros e voltados às classes A e B, grupo de consumidores que têm grande afinidade com a companhia fundada por Steve Jobs.


O fato é que o mercado de smartphones deverá ser marcado por um acirramento da concorrência em 2020, alimentado pela proliferação do 5G. “Atualmente, a Samsung é a líder indiscutível do mercado em smartphones 5G. Mas, com os dois maiores mercados 5G em 2020, China e Estados Unidos, dominados pela Huawei e Apple, esses dois fornecedores deverão liderar o 5G no próximo ano”, disse Ville-Petteri Ukonaho, diretor da Strategy Analytics.


Destaque


A consultoria afirma que a maioria das unidades vendidas estava na faixa de preço de US$ 700 ou mais, mas também houve procura por aparelhos mais baratos. Quem se destacou nas vendas foi a fabricante chinesa Vivo, que lançou dois modelos 5G em um mês, para as faixas mais premium, e também modelos mais intermediários. Com a estratégia, ela conquistou mais da metade das vendas (54,3%) no período.


Por outro lado, a Samsung e a Huawei lançaram aparelhos mais caros, acima de US$ 700, e responderam, respectivamente, por 29% e 9,5% do mercado. A ZTE e a China Mobile se concentraram na faixa de US$ 600 e US$ 650 e conseguiram 1,5% e 1,1%. Já a Xiaomi lançou apenas aparelhos abaixo de US$ 550, o que lhe garantiu 4,6% do mercado chinês. A construção da rede 5G na China vem aumentando rapidamente com o apoio do governo e das políticas de construção e compartilhamento entre as operadoras, segundo o IDC.