Quinta-feira, 28 de março de 2024

Áreas de 12 municípios do Estado são leiloadas para a produção de gás natural

Quatro blocos exploratórios, que compreendem cidades de MS, foram arrematados em leilão por R$ 2,11 milhões

Publicado em: 05/12/2020 às 06h19


A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou leilão para ofertar áreas de exploração de petróleo nesta sexta-feira (04.12). O governo federal vendeu 17 dos 327 blocos de exploração ofertados, entre eles quatro blocos exploratórios localizados em Mato Grosso do Sul que compreendem áreas de 12 municípios.

Os quatro blocos localizados em dois setores da bacia do Paraná, que compreendem municípios em Mato Grosso do Sul e Goiás, foram arrematados por R$ 2,11 milhões pelas empresas Eneva e Enauta Energia. De acordo com a gestão estadual, a perspectiva é que o Estado se torne produtor de gás natural, caso a viabilidade de exploração do combustível seja confirmada pelo consórcio de empresas que arrematou os blocos.

No setor chamado SPAR-CN, o consórcio adquiriu os blocos PART-196, que abrangem os municípios de Bataguassu, Anaurilândia e Santa Rita do Pardo; e PART-215, nos municípios de Ivinhema, Angélica, Batayporã, Novo Horizonte do Sul e Nova Andradina. Já no setor SPAR-N, foram arrematados os blocos PART-86, que abrange os municípios de Cassilândia e Chapadão do Sul; e PART-99 (Paraíso das Águas e Camapuã).

“O consórcio que arrematou os quatro blocos tem agora um período de dois anos para a realização de estudos exploratórios mais aprofundados e definição do tipo de investimento a ser realizado”, informou o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.

De acordo com as informações da ANP, o investimento mínimo previsto informado pelo Consórcio foi de R$ 45,28 milhões, nos dois setores (SPAR-CN e SPAR-N).


Produtor de gás


O secretário, Jaime Verruck, ainda afirma que a notícia abre perspectiva real de Mato Grosso do se tornar produtor de gás natural.

“Houve uma mudança significatica no mercado de gás natural no Brasil, ocorrida muito de forma concomitante com a publicação da Lei de Liberdade Econômica do governo federal. A definição e concretização dos investimentos vai depender do potencial exploratório, que será indicado após os estudos que devem ser realizados nos próximos dois anos. As prospecções feitas pela ANP já indicam a viabilidade do gás natural”, explica Verruck.

Em comunicado divulgado ao mercado pela Eneva, a empresa informa que os novos ativos vão complementar o portfólio da Companhia, “que já conta com 45.784 km² sob concessão nas Bacias do Parnaíba e Amazonas, na forma de blocos exploratórios, áreas em desenvolvimento e dez campos declarados comerciais. O resultado do 2º ciclo da Oferta Permanente marca a entrada da Eneva em duas novas bacias com potencial para exploração e produção terrestre de hidrocarbonetos e fortalece a presença da Companhia na região norte do País, dando continuidade ao desenvolvimento do bem sucedido modelo Reservoir-to-Wire (R2W), que integra a produção de gás em terra à geração de energia, e à execuçãodos planos da Companhia para a comercialização de gás natural”, informou.

Em setembro de 2017, a Petrobras arrematou um bloco da Bacia do Paraná, em Mato Grosso do Sul, para exploração de petróleo e gás natural. A estatal pagou R$ 1,69 milhão no leilão realizado hoje pela ANP e se comprometeu a investir pelo menos R$ 20,5 milhões após a conclusão de estudos exploratórios.


Nacional


No leilão promovido pela ANP, foram arrematados 17 blocos localizados nas bacias de Amazonas, Campos, Espírito Santo, Paraná, Potiguar e Tucano. Segundo cronograma da ANP, a assinatura dos contratos deve ocorrer até 30 de junho de 2021. Apesar do número baixo (17 de 327), o resultado foi comemorado pelo ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque.

Segundo ele, pelo fato de a maioria dos blocos serem em terra, isso garante a interiorização da indústria do petróleo em locais que antes eram explorados apenas pela Petrobras. A arrecadação chegou a R$ 56,6 milhões, mais que o dobro do obtido no 1.º Ciclo, em 2019. As sete empresas que participaram do leilão se comprometeram a investir R$ 157 milhões nos blocos adquiridos.

Segundo o ministro de Minas e Energia, o sucesso do leilão mostra a atratividade do Brasil na área de petróleo e gás. Ele disse que, em 2021, o governo deverá realizar novas rodadas. “Para as próximas rodadas, a análise se inicia hoje, e em um curto espaço de tempo, no início de 2021, vamos apresentar nossas considerações e apresentar o planejamento para 2021 e anos vindouros”, disse Albuquerque.