Quinta-feira, 28 de março de 2024
Praga de gafanhotos alerta Uruguai, Brasil e Argentina (vídeo ao final)
Praga de gafanhotos alerta Uruguai, Brasil e Argentina
Publicado em: 25/06/2020 às 08h22Agricultores e funcionários do governo na Argentina estão monitorando a chegada de uma nuvem de gafanhotos no país. Os insetos vieram do Paraguai e destruíram os campos de milho lá. Agora, a praga está avançando no norte da Argentina e na província de Corrientes, na parte que faz fronteira com o Brasil e o Uruguai.
Segundo o governo argentino, a nuvem chegou ao país no final de maio. As principais regiões afetadas da Argentina são as províncias de Santa Fé, Formosa e Chaco, onde são produzidos cana-de-açúcar e mandioca e as condições climáticas são favoráveis. o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agro-Alimentar (Senasa) o monitora desde 11 de maio, quando o primeiro alerta foi recebido do país vizinho.
Em cerca de um quilômetro quadrado, a nuvem pode conter até 40 milhões de insetos, que em um dia consomem pastagens equivalentes ao que 2.000 vacas ou 350.000 pessoas comem, disse o agrônomo argentino Héctor Medina à Reuters.
Brasil em alerta
Por sua vez, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil alertou na quarta-feira às superintendências federais do setor que adotem medidas de vigilância e controle de pragas contra a nuvem de gafanhotos que se aproxima da Argentina.
Segundo as previsões, essa nuvem está indo para o sul da Argentina, em direção ao Uruguai, mas poderia se aproximar de regiões fronteiriças do Brasil. O MAPA indicou em comunicado que, de acordo com a previsão do tempo, é "improvável" que os insetos entrem no território nacional. Segundo a Coordenação Geral de Proteção Fitossanitária do MAPA, as autoridades fitossanitárias brasileiras estão em contato permanente com seus pares argentinos, bolivianos e paraguaios.
Essa comunicação permite que o monitoramento em tempo real tome as medidas apropriadas e minimize os efeitos de um possível surto. O ministério garante que a praga esteja presente no Brasil desde o século 19 e causou grandes perdas nas plantações de arroz na região sul do país nas décadas de 1930 e 1940.
As chuvas podem ajudar o Uruguai
O ministro da Agricultura do Uruguai, Carlos María Uriarte, afirmou que hoje existe um plano de contingência para o caso de chegar aqui a nuvem de gafanhotos que se move pelos países vizinhos. No entanto, ele acredita que é "improvável", embora até segunda-feira os também chamados gafanhotos estivessem localizados a cerca de 150 quilômetros da fronteira, depois de atravessar o rio Paraná.
Segundo estimativas científicas, a nuvem de insetos destruidores de colheitas cobre cerca de 10 quilômetros de comprimento e três quilômetros de largura, o que o ministro enfatizou em declarações à imprensa. Ele explicou que, quando os gafanhotos entraram na Argentina, voaram com um vento a favor de 140 quilômetros por hora, enquanto no Uruguai, devido às chuvas atuais, é improvável que atinjam a mesma dimensão.
Uriarte apontou que é uma variedade desconhecida, pouco comum no Uruguai, "de asas grandes, diferente das que tivemos em ocasiões anteriores", que entrou na Argentina pela região norte do Chaco. Ele pediu aos produtores que denunciem imediatamente a detecção de lagostas e evitem usar produtos químicos proibidos nacionalmente porque podem matar abelhas.
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