Há 40 anos de portas abertas, lojista tentou vencer no comércio, e fechou
Há 40 anos de portas aberta, lojista tentou vencer, mas teve de fechar na rua Rui Barbosa, na região central de Campo Grande(MS).
Publicado em: 25/03/2020 às 08h20Após 40 anos, esta é a primeira vez que a Dugezzu Rock Shop localizada na Rua Rui Barbosa, em Campo Grande tem de permanecer com as portas fechadas em plena terça-feira (24.03). O proprietário até tentou, mas foi flagrado por fiscais da Prefeitura e teve de se recolher para evitar se transformar em agente propagador do coronavírus.
Em entrevista a imprensa, o comerciante Gezo Barboza da Silva, 65 anos, proprietário da loja negou que tivesse aberto as portas com a intenção de comercializar os produtos. Ele explicou que mora nos fundos do estabelecimento e apontou ser aquela a única porta de acesso.
“Estava com as portas abertas porque eu estava sentado ali na frente. Fui pego de surpresa”, comenta sobre a visita dos fiscais da Vigilância Sanitária. “Vou vender para quem? Não tem ninguém na rua. É triste isso”.
O comerciante disse ter sido orientado pelos fiscais sobre o fechamento do comércio e recebeu informações também sobre a possibilidade de multa em caso de descumprimento do decreto, mas garantiu que não abre as portas desde sábado. Prova disto é a falta de dinheiro no bolso. “Tenho apenas R$ 15”, diz o comerciante.
Preocupado, ele afirma não saber o que fazer em meio ao fechamento da loja. "Até amanhã eu tenho dinheiro, mas e depois que acabar? As pessoas que têm negócio próprio estão vendendo o almoço para pagar a janta", lamenta, opinando que a Prefeitura e o Governo do Estado deveriam dar um incentivo aos comerciantes.
“Além da comida, eu tomo cinco remédios por dia. Preciso deles. Não sei como vou poder comprar sem trabalhar".
Outros comerciantes também tentaram driblar o decreto e manter o funcionamento. A reportagem recebeu uma imagem de loja de bicicletas aberta no Aero Rancho e entrou em contato com a Vigilância Sanitária para saber se eles tinham sido informados.
A superintendente de Vigilância em Saúde, Veruska Lahdo informou que os fiscais estão na rua apurando todas as denúncias. Ela reforça que só podem funcionar estabelecimentos voltadas para alimentação, distribuição de gás de cozinha, padarias, restaurantes, postos de combustíveis, farmácias e outros serviços considerados essenciais.