Mandetta promete 'choque de gestão' nos hospitais federais do RJ
Mandetta promete 'choque de gestão' nos hospitais federais do Rio. Em Brasília, futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez crísticas à gestão atual e passada do programa Mais Médicos
Publicado em: 29/12/2018 às 07h35O futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou as prioridades de sua Pasta nos primeiros cem dias de gestão, nesta sexta-feira, 28. Uma delas será um "choque de gestão" em seis hospitais e três institutos federais da cidade do Rio de Janeiro.
"Esses hospitais federais precisam ser integrados, tomar um choque de gestão, melhorar a questão da compra conjunta. Na parte de atendimento hospitalar, a rede federal no Rio de Janeiro vem passando por inúmeros problemas, então a gente deve entrar numa agenda com a agenda hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro", afirmou no CCBB, sede do governo de transição em Brasília. Por "choque de gestão", ele exemplificou a unificação de compras e revisão de contratos.
Os hospitais federais do Rio de Janeiro são o de Ipanema, Bonsucesso, Lagoa, Andaraí, Cardoso Fontes e Servidores do Estado. Os institutos são os do Câncer, Cardiologia e Traumatologia e Ortopedia.
Questionado sobre o motivo para começar pelo Rio de Janeiro, ele contou que foi porque a gestão desses hospitais e institutos depende diretamente da União. "Para chegar no Brasil como um todo, o SUS se articula com Estados e municípios através do tripartite. Ali posso travar uma grande discussão com eles para melhorar a performance na ponta", afirmou.
A crise na saúde pública no Rio de Janeiro ganhou notoriedade nacional, seja por casos em que pessoas morrem na fila de espera, ou escândalos de corrupção, como o do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, que foi alvo da Operação Fatura Exposta da Polícia Federal. O próprio ministro citou corrupção como um dos exemplos para a escolha da agenda.
Segundo Mandetta, o ministério vai trabalhar em três eixos principais: o primeiro é socorrer os hospitais e institutos federais cariocas; o segundo, atuar na saúde básica em Roraima; e o terceiro, promover uma estratégia de saúde da família em algum Estado ainda não selecionado.
No caso de Rondônia, é um "ponto dramático", nas palavras dele, "porque mostra muito a falência da atenção básica, principalmente na área de vigilância e saúde". A migração do venezuelanos trouxe doenças como sarampo e encontrou uma população pouco vacinada, afirmou Mandetta. "Vamos ter que chegar até lá e fazer o rearranjo do impacto dessa grande diáspora venezuelana através do território brasileiro."
Sobre o terceiro eixo de atuação, ele não entrou em detalhes. Se limitou a dizer que o foco será uma estratégia para atenção básica e saúde da família, em um Estado que ainda não definiram.
O futuro ministro da Saúde foi o primeiro a detalhar a pauta prioritária para os 100 primeiros dias de governo, como determinou a agenda apresentada na quinta-feira, por Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, para a primeira reunião ministerial do governo empossado.