Vídeos mostram filho de Odilon visitando ex-governador preso
Vídeos mostram filho de Odilon visitando ex-governador preso foi falar com Puccinelli antes de ganhar apoio do MDB
Publicado em: 22/10/2018 às 13h26Em dois vídeos que mostram o filho do candidato ao Governo de Mato Grosso do Sul pelo PDT, Juiz Odilon, indo visitar o ex-governador André Puccinelli, do MDB, no Centro de Triagem de Campo Grande, no Jardim Noroeste, região leste, onde ele está preso desde o dia 20 de julho.
Conforme revelado anteriormente, logo após a visita de Odilon de Oliveira Júnior (PDT), no último dia 10, as agremiações anunciaram a união para o segundo turno, contra a reeleição de Reinaldo Azambuja (PSDB) no pleito do próximo domingo (28). O MDB concorreu no primeiro turno com Júnior Mochi, terceiro colocado na disputa com um total de 150.115 votos.
As imagens do sistema de segurança do complexo penal mostram primeiro o advogado Luiz Pedro Gomes Guimarães chegando ao Centro de Triagem. Em seguida ele chama Odilon Júnior, que tampa o rosto com as mãos para tentar não ser identificado pelas câmeras.
A segunda filmagem, já na área interna do presídio, mostra de novo Guimarães e Odilon Júnior. Novamente o filho do aspirante ao Governo do Estado tampa o rosto com as mãos para não ser identificado nas imagens.
O CASO
Conforme revelado antes, Guimarães, denunciado na Operação Coffee Break, a qual investiga a suposta compra de voto dos vereadores de Campo Grande para cassar o então prefeito Alcides Bernal (PP), em 2014, e Odilon Júnior chegaram por volta das 11h37min, identificaram-se como advogados, com os números de registro de ambos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) marcados na ata, “para falar com o interno André Puccinelli”. No documento não consta o horário que Odilon filho deixou o local, porém, às 11h54min e às 11h55min, são anotadas duas saídas do advogado Luiz Pedro Gomes Guimarães, e ele entrou apenas uma vez no prédio.
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O vereador de Campo Grande e filho do juiz federal, foi a unidade logo após o resultado das eleições em Mato Grosso do Sul, que deixou o candidato do MDB, Junior Mochi, de fora da corrida do segundo turno. Mochi só entrou na disputa após a desistência da Puccinelli, por estar preso, e da senadora Simone Tebet, que justificou os apelos feitos pela família para deixar a eleição.
Os dias 8 e 9, subsequentes ao resultado de segundo turno no Estado, são de grande movimentação para o interno André Puccinelli. No dia 8 o ex-governador recebe o presidente municipal do partido, Ulisses Rocha, às 8h10; os advogados: Flávio de Melo Ferraz, às 8h34, Renê Siufi, às 9h15, e Wellington Coelho de Souza, às 9h20. Luiz Gomes Guimarães também vai ao local no meio da manhã, às 9h27. No dia 9, Mochi e Ulisse voltam ao Centro de Triagem, às 8h40, e tem uma conversa longa com o preso. A dupla deixa o local às 10h15.
DISCURSO
A aliança do Juiz Odilon com o MDB vai contra seu discurso que não teria denunciados e condenados em sua campanha e principalmente na sua gestão como governador. A campanha do candidato do PDT é coordenada em Campo Grande pelo ex-vereador Paulo Pedra, que está inelegível por ter mandato cassado em novembro de 2015 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por compra de votos.
Outra controvéria na campanha do juiz é a aliança com André Puccinelli que foi preso pela Polícia Federal, após o pedido do Ministério Público Federal (MPF) ser acatado pela Justiça Federal.
André Puccinelli Júnior e o advogado João Paulo Calves foram presos no mesmo dia, todos no âmbito da 5ª Fase Operação Lama Asfáltica, Papiros de Lama.
RACHADO
O PDT em Mato Grosso do Sul está em crise por conta dos mandos e desmandos do juiz aposentado. Ele que no início da campanha tirou o então presidente da sigla João Leite Schmidt do cargo para que coordenasse sua campanha, demitiu o mesmo após o resultado de segundo turno.
Com a saída de Schmidt da cadeira da presidência, o deputado federal Dagoberto Nogueira assumiu o posto, mas o clima não está bom entre candidato e dirigente. Odilon foi contra a recomendação nacional de apoio o candidato a presidência do Brasil, Fernando Haddad (PT), e do estadual de ficar neutro, e declarou apoio o nome do PSL, Jair Bolsonaro. Além de não condidade Dagoberto para o ato de aliança entre PDT e MDB, apenas Odilon pai e filho foram no diretório emedebista.
O clima no PDT é de tensão, de desunião e de troca de acusações. A cúpula alega ser vítima de conspiração do time político do juiz Odilon de Oliveira. Para a cúpula, o candidato a governador, se eleito, poderá trabalhar para tomar o controle absoluto do partido em Mato Grosso do Sul. Mas ele pode esbarrar no presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, que não abre mão de prestigiar deputado federal Dagoberto Nogueira no comando partidário. Na tarde de hoje Luppi vai se reunir em Brasília para decidir quais providências tomar com os candidatos que declararam apoio a Jair Bolsonaro.