Candidata de Bolsonaro em MS usa colete à prova de balas em comício
Candidata de Bolsonaro em MS usa colete à prova de balas em comício, diz revista
Publicado em: 06/10/2018 às 11h22Candidata ao Senado pelo PSL, a advogada Soraya Vieira Thronicke (PSL-177) tem feito carreatas no interior de Mato Grosso do Sul vestida com um colete à prova de balas debaixo da camiseta verde e amarela repleta de adesivos de apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-17). Além disso, ela só sai de casa na companhia de dois seguranças armados. “A coisa aqui está muito feia. Melhor eu me proteger”, disse à revista Piauí.
O que provoca medo na candidata é o seu primeiro suplente, Rodolfo Oliveira Nogueira, 44. Ela diz ter sido ameaçada de morte por ele no telefone. A versão foi narrada em um boletim de ocorrência registrado em 29 de agosto, na 1ª Delegacia de Campo Grande (MS).
Nogueira é um pecuarista na região de Dourados. À Justiça Eleitoral, declarou patrimônio de 3,4 milhões de reais. Filiado ao PSL desde março, é presidente da legenda e muito próximo de JAIR Bolsonaro – na página de Nogueira no Facebook há várias fotos de ambos e um vídeo em que o presidente nacional do partido, Gustavo Bebianno, diz que o pecuarista é “amigo pessoal do capitão”.
A briga entre ele e Soraya começou em meados de agosto, quando ela se deparou, nas ruas de Campo Grande, com adesivos colados nos vidros traseiros de automóveis em que a figura de Bolsonaro aparecia ao lado do candidato a senador Dorival Betini, do PMB. Ao se queixar a Nogueira, ele teria dito que autorizara Betini a usar a imagem do presidenciável.
Dias depois, a candidata encontrou santinhos em que o número de Bolsonaro na urna aparecia ao lado de candidatos do PSDB e do PTB ao Senado – as duas siglas são coligadas ao PSL no estado. Ela foi reclamar e, supostamente, recebeu as ameaças.
A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o crime de ameaça, cuja pena varia de um a seis meses de prisão. Soraya também formalizou uma representação contra o seu suplente no diretório nacional do PSL. No documento, a candidata pede intervenção no diretório estadual do partido e a expulsão de Nogueira da legenda.
Nogueira divulgou uma nota em que acusa a candidata de “vitimismo e mentiras” para produzir “histeria eleitoral” e diz que houve erro na confecção dos santinhos. Ele confirma ter discutido com Soraya ao telefone, mas nega tê-la ameaçado. “Deixo claro que sou marido, pai de duas meninas e um menino, e sou filho: jamais ameaçaria a integridade física, sequer psicológica, de uma mulher.”