Manejo da praga agrícola, a cigarrinha-do-milho
Saiba como identificar e quais condições ideais para o controle dessa praga.
Publicado em: 25/03/2021 às 06h59Você, produtor do Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, que está na safrinha do milho certamente já perdeu o sono se preocupando com uma antiga inimiga: a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis).
Por sua ligação com a transmissão de vírus e de bactérias molicutes, a cigarrinha é responsável pela disseminação de duas doenças que impactam drasticamente na produtividade das lavouras: o enfezamento pálido e o enfezamento vermelho do milho.
Identificando a cigarrinha-do-milho
A cigarrinha ataca a cultura do milho especialmente em estágios iniciais, causando quedas significativas no rendimento de grãos. É difícil notar quando seus ataques ocorrem, mas é o modo como ela ataca que deve ser compreendido: quando a cigarrinha se alimenta da planta, ela deposita, através de seu estilete, os vírus e bactérias.
E é nesse processo que a transmissão das doenças ligadas ao complexo de enfezamento é facilitada. O inseto mede aproximadamente 0,5 cm, possui cor branco-palha com duas manchas pretas na parte dorsal da cabeça e duas fileiras de espinhos ao longo das tíbias posteriores.
Complexo de enfezamento
O enfezamento vermelho é causado pela bactéria molicutes Candidatus Phytoplasma asteris, e o enfezamento pálido, causado pela molicutes Spiroplasma kunkelii. Em ambos os casos os patógenos infectam plantas sadias por meio da saliva da cigarrinha no momento em que a mesma se alimenta da seiva.
No início, o enfezamento vermelho é caracterizado por clorose marginal das folhas do cartucho, que na sequência se expressa com o avermelhamento das pontas das folhas inferiores.
As folhas que se desenvolvem demonstram diferentes graus de clorose e avermelhamento, e diminuição do tamanho. Em geral, plantas infectadas com enfezamento vermelho apresentam encurtamento dos internódios, nanismo, multi-espigamento ou falta de espigas, e espigas com má formação de grãos.
O enfezamento pálido expressa sintomas muito semelhantes aos do enfezamento vermelho. Sua principal diferença está no sintoma inicial, com uma clorose mais acentuada na base foliar. Os sintomas do enfezamento aparecem em um período de 7 a 10 dias após a infecção.
Esse complexo de doenças pode impactar em perdas de cerca de 30% na produtividade do milho. Isso acontece porque as múltiplas espigas geradas na planta apresentam menor tamanho e grãos leves – denominados “chochos”. Lavouras de milho instaladas tardiamente são as mais propensas ao complexo de enfezamento porque a segunda safra coincide com as altas populações do vetor.