Anvisa: para ter eficácia garantida os vacinados com CoronaVac precisam seguir a bula
Governo paulista manifestou intenção de aumentar o intervalo entre as doses da vacina para 43 dias. Ministério da Saúde e Anvisa reforçam que eficácia só está garantida se imunizante for reaplicado entre duas e quatro semanas após a primeira dose
Publicado em: 30/01/2021 às 07h24Enquanto o governo de São Paulo fala sobre a intenção de ampliar o intervalo entre as duas doses da Coronavac, de 28 para 43 dias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ressalta que os estudos mostram a eficácia apenas se os intervalos previstos na bula forem seguidos. A orientação na bula da vacina, com base nos estudos realizados, é que a segunda dose seja aplicada em um intervalo de 14 a 28 dias, sendo que a melhor resposta imune é alcançada quando a dose é aplicada entre 21 e 28 dias.
“A bula aprovada para as vacinas em uso emergencial indica a administração de duas doses. A aprovação da Anvisa está baseada nos dados dos estudos apresentados. Ou seja, os estudos só mostram a eficácia apontada se esses intervalos forem seguidos, pois é o que está demonstrado nos dados de pesquisa apresentados até o momento. A Anvisa recomenda que o intervalo aprovado seja seguido”, afirmou a agência em nota aos órgãos de imprensa.
Apesar disso, a agência indica que “a competência sobre organização dos programas de vacinação, grupos prioritários e estratégias de vacinação é do Programa Nacional de Imunização (PNI)”. O Ministério da Saúde, que coordena o PNI, indicou mais cedo, em nota ao Correio, que não pretende alterar o tempo entre as aplicações da primeira e segunda dose da CoronaVac.
“É importante ressaltar que as recomendações têm como base os estudos clínicos da fase 3 do imunizante, que indicam que o intervalo entre a primeira e a segunda dose deve ser de duas a quatro semanas. Não há, até o momento, evidências científicas de que a ampliação desse intervalo irá oferecer a proteção necessária à população”, pontuou a diretoria da ANVISA.