Equipe do Copom corta a taxa Selic para 2% ao ano
Ajuste de 0,25 ponto foi o nono corte consecutivo na rota iniciada há um ano, quando a meta para os juros começou a descer do seu então piso histórico, de 6,5% ao ano, o mais baixo da história monetária
Publicado em: 05/08/2020 às 17h30Sem novidades, chegou corte de 0,25 ponto na meta dos juros básicos. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) do Brasil levou a Selic ao novo piso histórico de 2% ao ano na quarta-feira (05.08). A decisão do comitê foi unânime para baixar a taxa
É a taxa de referência mais baixa desde 1999, quando o nível de preços no Brasil passou a ser controlado pelo regime de metas de inflação. Foi o nono corte consecutivo na rota iniciada em agosto passado, quando a Selic começou a descer do seu então piso histórico, de 6,5% ao ano.
Em seu último comunicado, há 42 dias, os diretores do BC projetavam que "um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário" seria "residual". Ou seja, de menor intensidade que o anterior, de 0,75 ponto.
Este comunicado começou com um alerta para a maior crise já enfrentada pelo mundo desde 1930, após a quebra da bolsa de Nova York. No cenário externo, a pandemia da Covid-19 continua provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão", diz o texto, e o que "o ambiente para as economias emergentes segue desafiador."
Nas partes finais, em que sinaliza seus próximos passos, o Copom sinalizou que, se o espaço para este corte já foi menor, para outros eventuais ficou ainda mais estreito. Ou seja, porta aberta para novos ajustes? Só uma frestinha de nada.
"O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno", descreve o documento.
O Banco Central pondera, na sequência, sobre as preocupações correntes no mercado sobre a sustentabilidade da dívida pública, possível obstáculo para mais estímulos.
"Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva", está escrito.