HU de Dourados revela quantos funcionários foram pegos pelo vírus 19-nCoV
Porém, unidade hospitalar informa que não há surto dentro de qualquer pavilhão
Publicado em: 22/07/2020 às 07h09De março até o presente momento, o Hospital Universitário da Grande Dourados(MS) já atendeu 321 funcionários com suspeita da Covid-19, dos quais 121 deram positivo para a doença. Os dados foram encaminhados a imprensa em resposta à reportagens que divulgaram casos recentes na unidade de saúde. No momento, há somente 22 afastados ainda em fase de recuperação, mas o número é rotativo, nas palavras da instituição. Quem apresentou exame reagente, mas fora da fase de contágio seguiu trabalhando normalmente.
O comunicado não chama a situação de surto pelo fato de a fonte de contágio entre os colaboradores não ter sido confirmada. Como há vários que cobrem plantão em outros locais, o contato com o novo coronavírus pode ter sido em outro local, embora igualmente haja a possibilidade de um membro da equipe ter trazido o agente patológico para dentro dos corredores.
“Ao mesmo tempo em que atende e acompanha os colaboradores com suspeita ou confirmados para Covid-19, o setor chamado Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho (SOST) também está preparando o estudo dos casos para poder estabelecer como se deram os contágios”, informou o HU.
O hospital disse desconhecer quaisquer alterações nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados à unidade. A imprensa se revelou que um ofício da Secretaria de Saúde chegou a ser encaminhado à direção do hospital para pegar de volta equipamentos em desuso para serem instalados em outro local. Os materiais seriam os que foram doados pela JBS. Além destes, existem cinco leitos que já foram habilitados pelo Ministério da Saúde e ainda não estão em operação.
Em reunião com o Ministério Público Federal (MPF), o hospital disse que falta mão de obra para colocá-los em atividade. A solução paliativa acordada foi realocar médicos de outras especialidades para o atendimento de pacientes críticos até que contratações emergenciais de especialistas fossem feitas.
O HU informou por boletim que todos os voluntários já receberam vários treinamentos e foram colocados nas UTIs que não atendem casos de Covid-19, para que os intensivistas ficassem reforçassem as equipes próprias dos contaminados pela doença pandêmica.
Porém, as capacitações aconteceram depois que os nomes dos profissionais aparecessem na escala sem o preparo combinado. O HU informou ao MPF que os funcionários estavam se recusando a ir para a linha de frente da Covid-19. Denúncias feitas à equipe de reportagem apontaram que houve coação, inclusive ameaças de acionar a Polícia Federal para obrigar endoscopistas, cirurgiões oncológicos e outros para setores estranhos às suas formações.
O MPF chegou a pedir nome, CPF e matrícula de todos os que estivessem impedindo o HU re atender a recomendação de ativar os novos leitos o quanto antes, mas pelas informações encaminhadas pela assessoria de imprensa, a situação acabou se resolvendo sem essa necessidade.